Keohane e o institucionalismo liberal: conflitos ontológicos na construção teórica das Relações Internacionais(Keohane and liberal institutionalism: ontological conflicts (...)), submetido dez/2012, aprovado dez/2012, publicado dez/2012.

Leandro Terra Adriano (Uni-BH, Belo Horizonte-MG), Leonardo César Souza Ramos (PUC-Minas, Belo Horizonte-MG)

Resumo


RESUMO

O objetivo desse artigo é revisitar as origens e desenvolvimento das teorias das Relações Internacionais na busca de inspiração sobre o propósito e contribuição dessa disciplina à comunidade internacional. A partir do entendimento de Edward Carr sobre os requisitos para a maturidade da disciplina, identificamos que o mainstream anglo-americano entrou em uma espiral de pessimismo (realismo) e empiricismo (estruturalismo), eclipsando as teorias normativas na direção de melhores práticas internacionais. Encontramos na obra de Robert Keohane uma curiosa coexistência de dois mindsets dicotômicos: o estruturalismo e a normativisação, o que reproduz o dilema do “primeira debate” entre “ser” e “dever ser”, ou realismo e idealismo. Através de um estudo conceitual sobre as teorias críticas, as escolhas ontológicas e éticas no cenário da política internacional e o conflito entre elas, revelaremos as origens da visão cosmopolita de Keohane e a sua contribuição para o progresso nas relações internacionais. Apresentamos um estudo de caso sobre a teoria institucionalista liberal e a habilidade com a qual o autor sugere uma reforma institucional na agenda da segurança coletiva de forma progressista, porém ciente dos constrangimentos sistêmicos históricos e do paradigma da constante disputa pelo poder.
Palavras-chave: Teoria das Relações Internacionais, Institucionalismo liberal, Teoria crítica, Ontologia, Edward Carr, Robert Keohane



Keohane and liberal institutionalism: ontological conflicts in the theoretical construction of International Relations

ABSTRACT

The aim of this paper is to revisit the origins and development of the theories of International Relations in search of inspiration on the purpose and contribution of this discipline to the international community. From the understanding of Edward Carr on the requirements for the maturity of the discipline, we identified that the Anglo-American mainstream entered a spiral of pessimism (realism) and empiricism (structuralism), eclipsing the normative theories heading to best international practices. We have found in the work of Robert Keohane a curious coexistence of two dichotomous mindsets: structuralism and normativisation, which reproduces the "first debate" dilemma between "is" and "ought to be", or realism and idealism. Through a conceptual study on the critical theories, ontological and ethical choices in international politics and the conflicts among them, we aim to reveal the origins of the cosmopolitan vision of Keohane and its contribution to progress in international relations. We present a case study of the liberal institutionalist theory and the ability with which the author suggests an institutional reform of the collective security agenda in a feasible way and aware of the systemic historical constraints and the constant struggle for power paradigm.
Key-words: Theory of International Relations, Liberal institutionalism, Critical theory, Ontology, Edward Carr, Robert Keohane

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