RELAÇÕES BRASIL-ESTADOS UNIDOS (1961-1967): OS FATORES DOMÉSTICOS E INTERNACIONAIS NA TRANSIÇÃO DA POLÍTICA EXTERNA INDEPENDENTE DE JOÃO GOULART PARA O ALINHAMENTO DE CASTELLO BRANCO. Dossiê História, Política e Relações Internacionais
Resumo
eoi/doi Deposit-Electronic Object Identifier
http://eoi.citefactor.org/10.11248/ehum.v12i1.2764Brazil-United States Relations (1961-1967) The domestic and international factors in the transition from João Goulart's Independent Foreign Policy to the alignment of Castello Branco
Resumo: As relações entre Brasil e EUA passam por diferentes fases que podem variar entre uma aproximação extrema e um maior afastamento entre os Estados, fazendo-se necessária a compreensão sobre o que leva à ocorrência da mudança de política externa. Isso é importante, especialmente, no período em que a PEB passa por uma mudança de orientação internacional entre a política externa independente no governo de João Goulart (1961-1964) – orientada por um afastamento da influência estadunidense – e um estreitamento das relações com os EUA durante o governo de Castello Branco (1964-1967), após o golpe militar. Por isso, este trabalho visa analisar como o sistema político doméstico do Brasil, juntamente com as pressões do ambiente externo entre esse determinado período, influenciaram a reorientação da política externa brasileira em relação aos EUA. Para tanto, foi identificada a influência dos fatores externos nas relações brasileiras com o governo estadunidense durante o período delimitado e, também, compreendido a composição do sistema político doméstico do Brasil. Ao fim foi observado os pontos de inflexão que caracterizaram a transição entre a PEI de João Goulart e a política externa de Castello Branco, resultando na reorientação da PEB para um alinhamento com o ocidente e, principalmente, com os EUA.
Palavras-chave: Mudança de política externa. Fatores internacionais e domésticos. Relações Brasil-EUA.
Abstract: U.S.-Brazil relations goes through different stages, which can oscillate between an extreme approximation to a greater distance between the States, making it necessary to comprehend what leads to foreign policy changes. This is important, especially, in the period in which Brazilian foreign policy goes through an international orientation change between the independent foreign policy under João Goulart's government (1961-1964) – oriented by the shift away from the U.S. influence – and a close relationship with U.S. under Castello Branco's administration (1964-1967), after the military coup. Therefore, this paper aims to assess how Brazilian domestic political system, along with external environment pressures between this period, influenced Brazilian foreign policy reorientation towards United States. Thus, it was identified the influence of external factors that involved the U.S.-Brazil relations at that time and, also, understood the Brazil’s domestic political system. At the end it was observed the turning points that characterized the transition between João Goulart’s independent foreign policy and Castello Branco’s foreign policy, resulting in the Brazilian foreign policy reorientation to an alignment with the West and, especially, with the USA.
Keywords: Foreign Policy Change. International and domestic factors. U.S.-Brazil Relations.
Recebido em: 29/05/2019 – Aceito em 29/07/2019
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
ALLISON, Graham T. Conceptual models and the Cuban missile crisis in The American. Political Science Review, v.63, n.3, p. 689-718, sep. 1969.
CERVO, Amado Luiz; BUENO, Clodoaldo. História da Política Exterior do Brasil. 2 ed. Brasília: UNB, 2002. 526 p. (O Brasil e o Mundo).
DANTAS, San Tiago. Política Externa Independente. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011, 372 p.
FIGUEIREDO, Argelina Cheibub. Democracias ou Reformas? Alternativas democráticas à crise política: 1961-1964. São Paulo: Paz e Terra, 1993, 209 p.
GOUREVITCH, Peter. The Second Image Reversed: The International Sources of Domestic Politics. International Organization, v. 32, n. 4, 1978.
GUSTAVSSON, Jakob. How should we study foreign policy change?. Cooperation and Conflict, London, v. 34, 1999. p. 73-95.
HAGAN, Joe D. Domestic Political Regime Changes and Foreign Policy Restructuring in Western Europe: A Conceptual Framework and Initial Empirical Analysis. 1989.
HERMANN, Charles Frazer. Changing Course: When Governments Choose to Redirect Foreign Policy. International Studies Quarterly, v. 34, n. 1, p. 3-21, mar. 1990.
HUDSON, Valerie M. Foreign Policy Analysis: Actor-Specific Theory and the Ground of International Relations. International Studies Association, Malden, p. 1-30. 2005.
JESUS, Diego Santos Vieira de. A essência de uma subárea: os 60 anos da Análise de Política Externa. Estudos Internacionais, v. 2, n.1, p. 81-99. jan./jun. 2014.
LEVIN, Dov H.. Partisan electoral interventions by the great powers: Introducing the PEIG Dataset. Conflict Management and Peace Science, 2016, p. 1-19. Disponível em: . Acesso em: 09 nov. 2018.
LIGIÉRO, Luiz Fernando. A autonomia na Política Externa Brasileira - A política externa independente e o pragmatismo responsável: momentos diferentes, políticas semelhantes?. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011. 412 p.
OLIVEIRA, Henrique Altemani de. Política Externa Brasileira. Saraiva, 2005. 291 p.
PAQUIN, Jonathan; MORIN, Jean-Frédéric Foreign Policy Analysis: a toolbox, Cham, Palgrave Macmillan, 2018, 366 p.
SCHULTZ, Kenneth. Domestic politics and international relations in CARLSNAES, Walter, RISSE, Thomas, SIMMONS, Beth A. Handbook of International Relations. Sage: Los Angeles, 2013, 905 p.
SIMÕES, Gustavo da Frota. Turbulência política interna e política externa durante o governo Castello Branco (1964-1967). 2010. 94 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Relações Internacionais, Universidade de Brasília. Brasília, 2010.
SKIDMORE, Thomas E. Brasil: De Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1964). 12. ed. São Paulo, Paz e Terra, 2000, 514 p.
SKIDMORE, Thomas E. Brasil: De Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1964). 13. ed. São Paulo, Paz e Terra, 2003, 514 p.
SNYDER, Richard C.; BRUCK, H. W.; SAPIN, Burton; HUDSON, Valerie M.; CHOLLET, Derek H.; GOLDGEIER, James M.. Foreign Policy Decision-Making (Revisited). Palgrave Macmillan US, 2002. 186 p.
SPOSITO, Ítalo Beltrão. Redirecionamento na política externa brasileira: uma análise comparativa dos Governos Castello Branco (1964-1967) e Fernando Collor (1990-1992). São Paulo, 2012.
STERLING-FOLKER, Jennifer. Realist environment, liberal process, and demostic-level variables. International Studies Quarterly, v. 41, pp 1 – 25, 1997
TSE. Referendo de 1963. Disponível em: . Acesso em: 12 nov. 2018.
VIZENTINI, Paulo Fagundes. A política externa do regime militar brasileiro: Multilateralização, desenvolvimento e construção de uma potência média (1964-1965). 2. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. 409 p.
VIZENTINI, Paulo Fagundes. Relações Exteriores do Brasil II (1930-1964). 2. ed. São Paulo: Editora Vozes, 2008.
VIZENTINI, Paulo Fagundes. Relações Internacionais do Brasil: de Vargas a Lula. 3 ed. São Paulo: Perseu Abramo, 2008.
##plugins.generic.alm.title##
Metrics powered by PLOS ALM
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2019 Bárbara Benevides Torres, Flávia Henriques Góes de Medeiros, Gabriel Fernandes Pimenta
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.